As tendências no mundo das bebidas
Todos temos o nosso gosto e as suas bebidas de eleição mas é difícil ficar imune às influências externas e às tendências que vão surgindo. É assim que o mercado se vai mutando e evoluindo em fenómenos mais ou menos rápidos e mais ou menos duradouros.
É no Verão que o consumo de bebidas espirituosas mais dispara e naturalmente é também nesta época que mais players tentam influenciar o seu consumo. Vários são os que escrevem sobre as novas modas e que procuram ditar os novos hábitos de consumo. A esmagadora maioria fá-lo de forma tão leviana quanto a probabilidade dessas mesmas previsões falhar redondamente.
Prever consumos e apontar tendências é trabalho árduo e arriscado. Principalmente na indústria das bebidas espirituosas que é naturalmente influenciada por outras indústrias. Gastronomia, moda ou simplesmente da cultura popular podem ser decisivas na orientação do consumo. Não obstante, vale a pena prestar atenção aos quatro vetores definidos pela IWSC.
Desde logo o mercado Asiático que manterá os seus altos níveis de consumo mas que se apresenta agora também como produtor de bebidas, num fenómeno recente mas que parece ganhar cada vez maior dimensão. Os Wiskys são disso exemplo e há um movimento acentuado de novos produtores a surgir, nomeadamente no Japão e India.
Ainda nos Wiskys, os consumidores parecem estar a valorizar mais a arte do blend do que a aristocrática idade de envelhecimento. Esta nova forma de valorização está intimamente ligada pela ânsia de “coisas novas”.
Depois, e agora já no campo do Gin, mas também da Vodka ou da Cerveja, a lei dos pequenos produtores. Já deixou de ser uma tendência e é hoje uma certeza. O consumidor gosta da sua criatividade e da história por trás do produto. A autenticidade ou a exclusividade são hoje determinantes na escolha e marcas mais artesanais e menos massificadas parecem conquistar mais facilmente o consumidor. Veja-se o crescimento do Mezcal quando comparado com a Tequilla. Daqui não se deve inferir que estas marcas e bebidas mais pequenas venham a dominar o mercado, antes pelo contrário, pois no momento em que ganharem volume muitas poderão perder o seu fator distintivo.
Por último, a constatação do crescimento e assunção do Gin como um dos destilados mais consumidos, e isto à escala mundial. O crescimento de quase 600 por cento nas novas marcas a surgir e mais de 400 novos Gins oriundos de 35 países diferentes desde 2013 são números que impressionam e mostram bem o dinamismo do Gin. Como a própria IWSC adverte, a fidelidade ao Gin não é ainda certa mas por enquanto, e nós acreditamos que tal se mantenha, o Gin assume-se claramente como uma das bebidas espirituosas preferidas dos consumidores e aquela que mais novidades trará ao mercado quer pela introdução de novos métodos de destilação e produção quer pela introdução de novos botânicos.
Long live the Gin…